As sacolas plásticas nunca estiveram em tal evidência como agora.
Recentemente, alguns legislativos e executivos tentaram extingui-las, em nosso entendimento de forma prematura, dos supermercados.
Trata-se de um debate longo, promissor e indispensável, mas que está apenas começando.
Onde este debate ocorre, fica claro que as sacolas não são ‘’vilãs’’ do meio ambiente.
O Paraná, por exemplo, estabeleceu, há cerca de quatro anos, que o varejo distribuísse aos consumidores exclusivamente sacolas de material oxi-biodegradável, à época apontada como a solução.
Atualmente, pesquisas comprovam que este material é mais prejudicial ao ecossistema do que as sacolas tradicionais, devido à ação química da substância adicionada ao plástico para acelerar sua decomposição.
Entendemos, pelo estágio inicial do debate no Brasil, que as tentativas de adoção de medidas extremas de banir as sacolas por alguns estados podem se revelar uma repetição deste equívoco , e não podemos manter os consumidores na iminência de pagar esta conta. E ainda prejudicar o meio ambiente.
Os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões por ano com a aquisição de 1,5 bilhão de sacola plásticas. O varejo seria, portanto, o maior beneficiado com a proibição da distribuição deste material. A melhor solução, no entanto, será aquela que favorecer a todos os segmentos da nossa sociedade. Se as sacolas plásticas forem proibidas nos supermercados, cada família gaúcha será onerada, em média, em R$ 15 mensais com a compra de embalagens para destinar seu lixo.
Isto é: atualmente, se abolirmos as sacolas de plástico dos supermercados, estaremos na prática, apenas trocando a cor dos nossos sacos de lixo, de branco para azul ou preto.
Além disso, não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis.
As sacolas plásticas tradicionais não poluem quimicamente o solo. Elas possuem o mesmo poder calorífico do diesel e não aproveitar este potencial é desperdiçar energia. E é exatamente neste ponto que entra a participação do poder público: entendemos que é papel do governo, acima de qualquer outra esfera da sociedade, criar soluções para este problema. Mais que ampliar a coleta seletiva a toda população, é imperativo, também, que se incentivem as cooperativas de catadores e criem-se usinas de reciclagem.
Se aplicássemos aos sacos plásticos a mesma destinação das latinhas de bebidas, por exemplo, o problema estaria resolvido.
O Brasil recicla 22% dos plásticos. Estudos mostram que 65% das sacolas plásticas saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada. A solução pode começar, portanto, pelas nossas casas.
Fonte: http://www.plastivida.org.br/2009/SalaImprensa_Artigos.aspx